- Persigo a escrita e a poesia porque sei que jamais vou alcançá-las. A frase é ótima mas, infelizmente, não é minha; é de Francis Bacon (O pintor, não o filósofo): Persigo a pintura porque sei que não é possível alcançá-la. In: F. Maubert, Conversas com Francis Bacon. Gosto desse tipo de pensamento paradoxal, porque são profundamente Zen. Poderíamos pensar num Koan do tipo: O que é que se alcança, sem que jamais se busque? Ao que um jovem e afoito discípulo em busca de seu próprio caminho poderia responder: Alcança-se a si.
- O problema com as religiões formais é que elas reduzem a possibilidade, o campo, o âmbito, a abrangência da felicidade humana. E essa é a nossa irrecusável vocação, a nossa única e necessária obrigação ética e moral.
- Aos fins de cada um (vislumbrar seu próprio fim não deixa de ser uma sorte), é bom que cada um esteja reconciliado e em paz com seu próprio destino.
Samanea tubulosa (Benth.) Barneby & grimes
Há 10 anos
Há uma certa sabedoria em reconciliar-se consigo próprio e com o cosmos. Melhor quando isso se dá independente da possibilidade de vislumbrar a finitude.Nesse caso os meios justificam os fins (de cada um)
ResponderExcluirA velhice chegando (e a sabedoria junto, na melhor das hipóteses) traz essa certeza, a de que estar tranquilo consigo mesmo é chegar lá.
ResponderExcluirManoel de Barros, que vc ainda não conhece (!!) tem uma frase ótima em relação àquela historinha zen: "sinto um grande amor pelas coisas que não servem pra nada"...
Há tantas coisas que alcançamos sem buscarmos que parece estranho que o que busquemos seja alguma vez alcançado. Dizem que devemos tomar cuidado com nossos desejos pois eles podem se realizar, é um pensamento que por um lado convida ao não desejar, por outro avisa que não sabemos reconhcer nossos desejos, os reais.
ResponderExcluir