(Onde caem os pássaros,
Por entre os caminhos do céu?)
Pombos não nascem e não morrem: pombos vivem para sempre!
Tive esse insight quando, lá pelos idos de 1969, um deles pousou na minha cabeça numa praça de Amsterdam.
Seguinte: Você já viu, alguma vez, pombos mortos pelas praças? Por acaso, algum já despencou, mortinho da silva, em cima de sua cabeça?
E na terceira idade, já viu algum?
E filhotinho de pombo, então? Já tropeçou num?
Bem, eu também não!
Ora, se pombos nascessem, envelhecessem e morressem - como nós - seria de se esperar que presenciássemos, vez ou outra, tudo isso acontecer diante de nossos olhos, certo?
Mas não! Só os vemos sempre adultos, sempre os mesmos, numa população sempre estável.
Aqui e ali, é verdade, uns morrem em acidentes, outros nascem em cativeiro, mas esses não contam: no atacado e no varejo, é só pra disfarçar....
Se pombos fossem mortais, Deus existiria, pois só a ele cabe o dom da imortalidade.
Pombos são imortais, logo,
Deus não existe.