sexta-feira, 25 de março de 2011




A filosofia é uma aventura e uma curtição. Puro Prazer de Pensar.
Ela é um jeito, um modo uma maneira, uma arte de pensar adequada aos que acham que o real é pouco.
É isso: um cansaço sutíl,uma leve inquietude, um vago desconforto com o concreto.
E um certo gosto de abismo; uma espécie de fundo... sem poço.
Produto de recusa e negação, o compromisso do filósofo é com o delírio.
Veja só:
Bichos, esses magníficos filósofos do cotidiano, também acham que o real é pouco. Por isso, deliram no dia-a-dia com competência e rigor, mantendo a relação de inquietude, desconforto e abismo com o real.
Por exemplo, essa cadelinha da foto, a Punk*: cotidianamente debruçada sobre o real, ela não se cansa de indagar - perplexa:
O que é o real?
* In Memorian.


Apesar de ateu definitivo, tenho o maior orgulho das religiões afro-brasileiras, ricas de conteúdo e sentido.
Gosto de pensar na diversidade panteísta de seus orixás; gosto de ver como são um com a natureza. Gosto de saber que somos todos, indistintamente, filhos de Oxalá; que há uma deusa, Iemanjá, rainha das águas, e outra, Iansã, senhora dos ventos. Gosto de pensar que Oxossi é o guerreiro da floresta, Xangô, o rei do raio e do trovão, e que Omulu, meu pai, toma conta dos doentes. Gosto de imaginar que seus deuses cuidam diretamente de nós sem perguntar quem somos, como gosto de saber que estão perto, misturados, que podemos vê-los e senti-los como parte de nossa vida cotidiana. Gosto da comida de seus santos, tão nossas, como gosto da simplicidade de suas danças, seus pontos, seus cantos de fé; gosto do ritmo de seus batuques e de como eles falam com seu povo. Gosto dos filhos e filhas de santo; gosto de ver a dignidade das velhas ialorixás, como gosto da graça e da delicadesa das jovens iaôs e abiãns. Gosto, sobretudo, da certeza de que por todos esses séculos, contra tudo e todos, as religiões afro-brasileiras foram resistência e transgressão; como gosto de saber que, depois de muito sofrimento e humilhação, elas hoje fazem parte desse patrimônio cultural que nos pertence a todos, nos enriquecendo como indivíduos e nos dignificando como povo.
E, em assim sendo, saravá!
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segunda-feira, 21 de março de 2011

VOCÊ JÁ TEVE ESSA SENSAÇÃO?

- Eu desconfiava que minha alma, travessa, podia fugir enquanto eu sonhava e não conseguir mais voltar. Fazia tudo para não pegar no sono, para manter a alma dentro de mim, onde era seu lugar. Patti Smith. In: Só garotos.

E ESSA MARAVILHOSA INTUIÇÃO DE RIMBAUD? SACA?

- O poeta se faz vidente por meio de um longo, imenso e racional desregramento de todos os sentidos. Todas as formas de amor, de sofrimento, de loucura; buscar-se a si, esgotar em si mesmo todos os venenos, a fim de só lhes reter a quintessência. Inefável tortura para a qual se necessita toda a fé, toda a força sobre-humana, e pela qual o poeta se torna o grande enfermo, o grande criminoso, o grande maldito, - e o sabedor supremo! - pois alcança o insabido. A. Rimbaud, “Carta a Paul demeny”, p, 37. In: Arthur Rimbaud, Correspondência.
(“Celacanto provoca maremoto”, lembra? Pois esqueça; sai maremoto, entra tsunami).

SABEDORIAS PROFANAS

- Quem quer ser um criador no bem e no mal deve, antes, ser um destruidor e romper valores. Nietzsche.

- Eu me desenvolvo e evoluo com meu filho. Marcelo D2.

- Existirmos, a que será que se destina? CaetanoVeloso.

- Estilo significa um homem sozinho com um bilhão de homens em volta. Charles Bukowski.

UM POUCO DE CARL SAGAN NA VEIA NÃO FAZ MAL A NINGUÉM.

- Compreender é uma espécie de êxtase.

- Não há garantia de que o universo se conforme a nossas predisposições.

- O universo é incognoscível, absolutamente imune a qualquer tentativa de pleno conhecimento por parte do homem.

- Quanto mais aprendemos sobre o universo, menos sobra para o trabalho de Deus.

- A idéia de religião como um corpo de doutrinas imune a críticas e estabelecido para sempre por algum fundador é, penso eu, uma receita para a decadência da religião a longo prazo.

- Baruch Spinoza e Albert Einstein consideravam Deus como, essencialmente, a soma total das leis que descrevem o universo. Não conheço qualquer evidência constrangedora em favor da existência de patriarcas antropomórficos a controlar os destinos humanos a partir de um lugar oculto nos céus, mas seria loucura negar a existência das leis da física. Acreditar em Deus depende muito do que queremos dizer com essa palavra.

- Estar certo da existência de Deus ou estar certo de sua inexistência parecem-me extremos de confiança num assunto tão marcado pela dúvida e pela incerteza a ponto de inspirar, exatamente, muito pouca confiança.

UM POUCO DE BORGES NA VEIA NÃO FAZ MAL A NINGUÉM.

- A realidade se confundia com o sonho: melhor dizendo, o real era uma virtualidade do sonho.

- Nosso destino não é espantoso por ser irreal; é espantoso porque é irreversível como ferro fundido. O tempo é a substância de que sou feito. O tempo é um rio que me arrebata, mas eu sou o rio; é um tigre que me destroça, mas eu sou o tigre; é um fogo que me consome, mas eu sou o fogo. O mundo, desgraçadamente, é real: eu, desgraçadamente, sou Borges.

- A salvação é uma opção pessoal. Só eu posso salvar-me.

- As muitas provas da existência de Deus é uma prova de que não há Deus, já que se utilizam tantas provas.

- Eu sempre duvido. E sempre peço a Deus (que não existe) o privilégio de duvidar até que eu morra.

- Desconhecemos os desígnios do universo, mas sabemos que raciocinar com lucidez e agir com justiça é ajudar a esses desígnios, que não nos serão revelados.

- Diria que esperar uma recompensa ou temer um castigo é algo imoral, porque se você agir bem porque será recompensado, ou pelo temor a ser castigado, não sei até que ponto a sua boa ação é uma boa ação, não sei até que ponto isso é ético. Eu diria que não, que se tememos castigos e esperamos recompensas, já não somos homens éticos.

- Tudo faz parte dessa trama cujo final ignoramos - nem sabemos sequer se tem um final. E se tiver, ele é, sem dúvida,inconcebível, já que não existe nenhuma razão para que o universo - essa coisa tão complexa - seja compreensível, bem, para um homem do século XX da nossa era, em um projeto perdido que se chama a terra. Não há motivo algum para que possamos compreender por que existe algo tão vasto quanto a história.

- Mas um espírito religioso pode não acreditar em um deus pessoal. (...) A idéia de acreditar em um deus pessoal não é uma parte necessária do espírito religioso.

CONTRADIÇÕES DAS DOUTRINAS BUDISTA E ZEN.

I
Quem se ilumina,
se o “eu” no budismo não tem realidade própria,
não passa de uma ilusão?

Quem se ilumina,
se a iluminação no budismo supõe a superação do “eu”?

Quem se ilumina,
se uma vez iluminado, já não haverá, então, nenhum eu que testemunhe sobre sua própria iluminação?

Quem se ilumina, afinal,
se no budismo não existe um “eu” permanente?

II
- Se a iluminação, segundo o zen, é súbita e abrupta, pra que o esforço, a disciplina, a fé, o altar, o ritual?
Pra que a religião?


(Não há resposta, portanto, a resposta é:
resposta é linguagm e linguagem...
não é resposta!).
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sexta-feira, 18 de março de 2011

POEMAS QUE GOSTARIA DE TER ESCRITO.

A MATRIZ DO MUNDO
Eu não sabia o que dizer, minha boca
não sabia nomear,
meus olhos eram cegos,
e algo batia em minha alma,
febre ou asas perdidas,
e me fui fazendo só, decifrando aquela queimadura,
e escrevi a primeira linha vaga,
vaga, sem corpo, pura tonteira,
pura sabedoria,
do que não sabe nada,
e vi de súbito o céu debulhado
e aberto, planetas,
plantações palpitantes, a sombra perfurada,
crivada de flechas, fogo e flores,
a noite envolvedora, o universo.
Pablo Neruda

INCÊNDIO DE ORIGEM DESCONHECIDA.
A morte vem pelo corredor arrastando seu vestido feminino.
A morte vem pela estrada em seu traje de domingo.
A morte vem e não posso fazer nada.
A morte diz que alguma coisa talvez sobreviva.
Um incêndio de origem desconhecida tirou meu amor de mim.
Patti Smith
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terça-feira, 15 de março de 2011

REFLEXÕES OCIOSAS.

- Cisma? Idiossincrasia? Burrice? Acontece que só gosto de ir - ou de voltar - para lugares que já fui.

- Você faz arte quando vê o que os outros não conseguem.

- No mais, continuo pedalando...

A PROPÓSITO DE JOSÉ SARAMAGO

Georges Lacombe escreveu esse pequeno, mas precioso artigo, logo que Saramago morreu. Na época passei batido, de modo que, só agora, bisbilhotando seu blog “click na flora”, percebi a beleza e a justeza de seu juízo sobre esse controverso autor português (que eu, confesso, também nunca consegui ler até o fim).

O Saramago era uma figura muito triste. Brigou com os judeus por seus comentários anti-semitas e brigou com os cristãos quando escreveu o Evangelho segundo Jesus Cristo, brigou com os crentes por ser ateu. Brigou também com a direita por ter apoiado a esquerda e com a esquerda por ter se mostrado descrente com Cuba. Brigou com o continente e foi morar numa ilha. Brigou com a língua portuguesa e escreveu vários livros quebrando suas as regras, e era contra a unificação do portugues, contra a unificação da Europa e do Euro. Morreu sendo amado por tudo isso e odiado pelos mesmos motivos. Por dentro desse pensador fabulista, perambulava um critico das fragilidades humanas. Escreveu alguns livros muito bons e outros que considero uma chatura sem fim (pois nunca cheguei ao fim). Não concordo com sua visão pessimista, com sua visão de soluções sem soluções, de utopias inalcaçáveis que como que nos amaldiçoam por estarmos longe delas e estas serem inatingíveis. Ele via a fragilidade humana com muita agudeza, nossos vícios, nosso delírios, nossas fraquezas. Sempre com esse viés sombrio do homem só sem solução, sem opções. Muito bom para nos despertar e chacoalhar, para machucar um pouco nosso egoísmo, e aplacar nossos momentos argentinicamente ególatras. Espero que ele descanse em paz e enfim descubra se vai passar sua eternidade no céu, no inferno ou apenas nos corações daqueles que o amaram.
SABEDORIAS PROFANAS. - Em toda realidade existe algo mais do que aquilo que chamamos realidade. Octavio Paz. - Preguiça é o estágio alcançado pela meditação calma da filosofia. Vilém Flusser. - Tudo que não invento é falso. Manuel da Barros. - O verdadeiro mestre deve, no final, estar só. Georges Steiner.

O QUE DISSE O BUDA (OU, PRA QUE A FÉ, O RITUAL, A REVERÊNCIA, A SUBMISSÃO, O ALTAR? PRA QUE A RELIGIÃO?).

- Não creias na fé das tradições, quaisquer que sejam seus méritos e honrarias, através de muitas gerações e em muitos lugares; não creias numa coisa só porque muitos crêem nela; não creias sobre a fé dos sábios do passado; não creias no que imaginais, pensando que um Deus vos inspirou. Não creias em nada sobre a única autoridade de vossos mestres e sacerdotes. Após exame, crede no que vós mesmos experimentardes e reconhecerdes razoável, no que for conforme ao vosso bem e ao bem alheio.
(...)
- Não tomais o que vos digo como autoridade, algo que tendes que crer, que tendes que aceitar porque sou maior que vós; não tendes que aceitar o que vos digo. Tendes que apelar para a vossa própria experiência. Não dependais de mim, o que significa, nem dependais de outros, pois o que outros podem fazer por vós pertence a eles, não a vós.
Kalama Sutra

- Sede vós mesmos vossa própria bandeira e vosso próprio refúgio. Não vos confieis a nenhum refúgio exterior a vós. Apegai-vos fortemente à verdade. Que ela seja vossa bandeira e vosso refúgio. Aqueles que forem eles próprios sua bandeira e seu refúgio, que não se confiarem a nenhum refúgio exterior a eles, que, apegados à Verdade, a tenham como bandeira e refúgio, atingirão a meta suprema.
Mahaparanibbana-Sutta

- O verdadeiro culto não consiste em oferecer incenso, flores e outros objetos materiais, mas em esforçar-se para seguir o mesmo caminho daquele que se venera.
Jatakamala

- Puro ou impuro, cada um o é por si mesmo; ninguém pode purificar outrem.
Dhammapada.

- A água corre sempre pelo monte abaixo. O fogo é sempre quente. Gelo é sempre frio. Mesmo rezando a todos os deuses, não se fará correr água pelo monte acima, ou o fogo frio ou gelo quente. Tudo isso é porque há leis na vida que fazem essas coisas serem como elas são. Por isso, rezas e sacrifícios aos deuses são inúteis.
(...)
- Todos os ídolos adorados pelo nosso povo são inúteis. Se esses ídolos não têm o poder de mudar nada no mundo, não lhes deviam ser feitas rezas nem adorações. Se um homem faz o bem, os resultados serão bons. E se faz o mal, os resultados serão maus, e todos os ídolos da Índia não podem modificar isso. Adorar ídolos é errado e tolo.
(...)
- Os Vedas que dizem ao povo para rezar, fazer sacrifícios e adorar ídolos, não são sagrados. Os livros sagrados não ensinariam o que não é verdade e o que é mau. Os nossos sacerdotes dizem que os Vedas e tudo o que eles ensinam é sagrado. Mas eu digo que os Vedas não são livros sagrados.
(...)
- Crê no que tu experimentares, provares e reconheceres como verdadeiro, que esteja de acordo com o teu bem e com o dos outros, e conforma a tua conduta a isso.
(...)
- O mundo não foi criado por Brahma. Eu acredito que o mundo existirá sempre e sempre. Nunca terá um fim. E tudo que não tem fim, não tem princípio. O mundo não foi criado por ninguém. O mundo sempre existiu.
(...)
- Vocês, monjes, estão livres de todas as armadilhas, tanto as dos deuses quanto as dos homens.
Sermão de Benares

- Venha e veja por você mesmo.
Ehipassiko

- Não acreditem no que o mestre diz simplesmente por respeito à personalidade dele.
Anguttara-Nikaia

E, finalmente, na hora de sua própria morte, disse o Buda à seus discípulos: trabalhe a vossa própria salvação com diligência.

E agora, Mané, para que a fé, o ritual, a reverência, a submissão, o altar? Para que a religião?
(Mas, não se iniba, não se envergonhe, não se avexe!, o budismo compreende e tolera as nossas humanas fragilidades...).
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sábado, 12 de março de 2011

REFLEÇÕES OCIOSAS

- A filosofia não é ciência, não é disciplina, discurso ou matéria acadêmica. A filosofia é um modo de pensar que pensa, como questão, a condição humana.

- A filosofia é um maneira de existir; de estar e de (se) sentir o (no) mundo.

- O filósofo filosofa; é que, para ele, o real é pouco.

- O gato, quando consulta seus bigodes, filosofa; o cão, quando uiva para a lua, também filosofa.

- Drogas iluminam ou embrutecem, dependendo de quem as toma.

- Sou um contemplativo!

(Onde caem os pássaros,
Por entre os caminhos do céu?)
Pombos não nascem e não morrem: pombos vivem para sempre!
Tive esse insight quando, lá pelos idos de 1969, um deles pousou na minha cabeça numa praça de Amsterdam.
Seguinte: Você já viu, alguma vez, pombos mortos pelas praças? Por acaso, algum já despencou, mortinho da silva, em cima de sua cabeça?
E na terceira idade, já viu algum?
E filhotinho de pombo, então? Já tropeçou num?
Bem, eu também não!
Ora, se pombos nascessem, envelhecessem e morressem - como nós - seria de se esperar que presenciássemos, vez ou outra, tudo isso acontecer diante de nossos olhos, certo?
Mas não! Só os vemos sempre adultos, sempre os mesmos, numa população sempre estável.
Aqui e ali, é verdade, uns morrem em acidentes, outros nascem em cativeiro, mas esses não contam: no atacado e no varejo, é só pra disfarçar....
Se pombos fossem mortais, Deus existiria, pois só a ele cabe o dom da imortalidade.
Pombos são imortais, logo,
Deus não existe.

sexta-feira, 4 de março de 2011

1o PERRENGUE SÉRIO DA QUIMIO

Tive uma reação braba um dos componentes dessa nova quimio que estou fazendo. Meu corpo começou a ficar todo cheio de bolinhas, como se fosse uma enorme catapora, do couro cabeludo ao dedão do pé. Minha pele infeccionou, tive cinco dias de febre, tive que interromper a quimio e já estou a quinze dias sem sair de casa, só lendo, vendo TV e ouvindo música. Que tragédia! (momento mais estressante e delicioso: a Gláucia passando os cremes pelo meu corpo).

EUREKA

Nietzsche tem uma frase genial que é também, eu acho, a mais enigmática de todas:
Morra na hora certa.
Caraca! Que será que o filósofo quis dizer com isso? Bem, depois de muitas noites mal dormidas, acho que, finalmente, achei a resposta. O que o filósofo quis dizer é o seguinte:
Quem morre de véspera é o peru.

Escultura popular carioca.
Areias de Copacabana.
Autor: Isaac Couto
.


Homens sempre sentiram necessidade de transferir suas inseguranças para deuses: em seguida, representam-nos como homens.
Com o Buda, não foi diferente.
A partir do Caminho da Sêda, passando pelo Império Persa, por gregos e romanos, se torna intensa, múltipla a influência cultural do Ocidente no Oriente. As primeiras imagens do Buda foram esculpidas a partir das invasões da Ásia pelas tropas gregas e macedônias de Alexandre em 327 a. C. Os citos e os partos, bem como os gregos da Bátria que ocupam a partir do século 2 a. C a Bacia do Indo e do Alto Ganges, também contrubuiram com representações pictóricas de Sidarta Gautama. É por isso que as primeiras esculturas do Buda têm o perfil do deus grego Apolo, e é como tal - um Buda apolínio - que essa arte greco-budista se espalha por toda a Índia, China e Japão.
É só por volta do ano 400 de nossa era, após intenso intercâmbio entre a Índia e o Império Romano, que pinturas e esculturas do Buda ganham essa forma definitiva que conhecemos hoje.
Por outro lado, nas filosofias Samkhya e Vedanta da ìndia Clássica - cujos regisros datam de cerca de 5.000 anos a. C -, o ser perfeito, o iluminado é percorrido por camadas, aglomerados, corpos de energia e equilíbrio que compõem a totalidade do ser que ele é. Essas camadas, força e corpos sutís são representados por auréolas, halos de luz em torno de sua cabeça.
Agora, repare na iconografia do Buda e dos santos cristãos, igualmente representados com um halo, uma auréola.
O Buda como santo cristão, ou os santos crisãos com auréolas e halos da filosofia Vedanta e Samkhya?
Quem influenciou e imitou quem?