quarta-feira, 4 de julho de 2012

UM E MUITOS


O mundo é enigma.
(Ninguém entra duas vezes no mesmo rio,
disse Heráclito de Éfeso).

É pergunta sem resposta.
(Resposta que não requer pergunta).
Obscura esfinge
(Decifra-me e te devoro).

O mundo é mistério e indagação.
(Por exemplo:
cada um é um,
e muitos,
ao mesmo tempo).

ENIGMA PARTICULAR, OU NO DIVÃ DO PSICANALISTA.


- Como pude fazer o que fiz,
Sendo como sou?

LOUCURA.


- Presunção de sanidade: Fingir - é preciso! - que não se é louco.

O ATEÍSMO DE FREUD


- Para que Freud precisaria de uma religião? Ele já tinha inventado uma...

SABEDORIAS PROFANAS.


- Talvez todo amor requeira no outro uma falta, uma incompletude por onde se possa entrar. Francisco Bosco.

- Espero ter uma partida feliz e espero nunca mais voltar. Frida kaho.
(Bem, quanto a mim, espero ter uma partida sem dor e espero voltar como uma tartaruga marinha...). 
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quinta-feira, 14 de junho de 2012

O SAGRADO II


Sim, o sagrado é o que roça, fuça, pica e enrosca; é o que pinga, escorre e derrete; é o que ri, cheira e chora; chia, pia, mia; É o que range e o que rosna; escurece e clareia; esquenta e esfria; é o seco e o molhado; o que sopra, venta e balança; é o que anda, corre e o que hesita; é o bico, o rabo e o chifre; a garra, o casco e a pata; é a escama, o pelo e a pena; o que tem cheiro, sabor e cor; no alto, é o que sobe e pula, no baixo, o que se arrasta e enrosca; é o que nasce, cresce, divaga e sonha; o que mama, berra e se aninha; é o que cresce, o que goza e o que agoniza; é o que mata e o que morre; o forte e o fraco; é o que come e é comido; o cru e o cozido; é o frio e o quente; pra cima, o que brota, pra baixo, o que desce; é azul profundo, intenso branco, tranquilo verde; é o que se vê e o que se sente; o que se aprende e o que não se sabe. É isso ou esse, aquele, aquela e aquilo.
O sagrado somos eu e você.

LUCIDEZ


Sim,
desassossego,
e essa morna inquietude.

Sim,
esse jeito avesso
e vago de ser.

Sim,
é preciso aceitar o inseguro
como parte de si mesmo.
E é preciso,
sim,
essa incômoda lucidez,
nessa serena imperfeição.

SOU COMO SOU


Sou filósofo pra mim mesmo.
Amador e diletante.
Não tenho compromisso com o rigor,
mas com o prazer.

Sei que todo conhecimento é provisório,
e todo saber intransferível.

ZEN I


O Zen pode ser só Zen.
Pode ser budista ou taoísta.
Pode ser a mistura de um com o outro.
Nenhum nem outro.
O que ele pode, ou não pode,
É, ou não é,
Não tem importância!

ZEN II


O que é que está onde nada há a ser buscado ou encontrado?
Onde o que busca, não é diferente daquilo que busca?
E o que é encontrado já está naquele que encontra? 

REFLEXÕES SEM DOR.


- Qual a diferença entre uma verdade religiosa e uma verdade filosófica?
Nenhuma; ambas estão igualmente equivocadas.

- O budismo não é uma religião. O budismo é um pensamento (segundo Jung, “um imenso mundo pensamento”). Como religião formal, o budismo é limitado, pobre, simplista, dogmático. Já como pensamento, ele é uma vertiginosa via espiritual em direção a... você mesmo.

- As pessoas têm dificuldades – porque não dizer medo – de saber que essa consciência – esse eu pessoal – é meramente da ordem do humano. Cessando esse, cessa aquele.  Lamento, mas ao que tudo indica - isto é, sem fé – é assim que é. 

SABEDORIAS PROFANAS


- Não rir, não lamentar, nem amaldiçoar, mas compreender. Spinosa.
- O homem é necessariamente louco, porque não ser louco resultaria em outra forma de loucura”. Pascal.
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terça-feira, 8 de maio de 2012


O SAGRADO
Sim, o sagrado taqui.
Ta no bafo do irracional.
Ta na moita rasteira que destapa o sapo.
Ta na sola insensata que trava o grilo.
Sim, o sagrado taqui.
Ta no protesto do nascido.
Ta na frieza do ido.
Ta no susto do interrompido.
Sim, o sagrado taqui.
Ta no sonho estremecido do cão.
Ta no bigode do gato.

Sim, o sagrado taqui:
Ta no afetivo.

REFLEXÃO OCIOSA.
- Manter um blog é manter em dia a sua própria solidão.
- Nem sempre os caminhos que levam à Deus passam pelas religiões. 
O BUDA SENTADO MEDITANDO.
Acho que há um erro, um equívoco de interpretação nessas imagens corriqueiras do Buda sentado meditando. A pergunta é: será que essas representações do Buda sentado meditando realmente representam o Buda? Ora, pense bem: o Buda sentado meditando ainda não é o Buda, do contrário, não precisaria mais estar sentado meditando. Certo? Logo, o que vemos nessas imagens não é o Buda sentado meditando, mas Sidarta Gautama meditando para se tornar o Buda.
Desconfio que os budistas estejam reverenciando a pessoa errada. 


PERPLEXIDADE!
Sim, é possível que além do humano - Isso - que chamamos vida - tenha significados que nos são, por insondáveis razões, ocultos. É igualmente possível que - Isso - que chamamos mistério - não tenha significado algum.
A resposta, então, é:
- Não sabemos!
A pergunta é irrelevante diante do que - Isso - é:
Isso, vida e mistério já são a resposta que se busca fora d’Isso.
Fora da temporalidade, há algo na consciência que a ultrapassa.
É - Isso -, que significa: além d’Isso, nada sabemos.
E é bom que não saibamos, para que mistério e vida - Isso - permaneçam, imensos a nos indagarem e conduzirem. E é bom que não saibamos para que continuemos sendo vida e mistério, ponto de partida e chegada. Para onde?
- Não sabemos!
- Não há respostas!

Isso, somos! Ah, uma vida plena, em torno de (suas) perplexidades.

No mais... viver com graça - com estilo, diria Bukowski -, anônimo e disponível (disponível significa: sem intenção).
Viver com estilo, ataraxia, essa estranha e bela palavra que os antigos gregos inventaram: estado interior dos que vivem sem perturbações da alma, curados da vida, da alma, de si:
Da alma, através do Zen.
Da vida, através da filosofia.
Do real, através do humor.
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sexta-feira, 4 de maio de 2012


REFLEXÕES OCIOSAS.
Não permita que seu estado de espírito geral,
seja diferente de seu estado de espírito cotidiano.
Seja-si.

Se pudéssemos ver a natureza tal qual é, ficaríamos loucos, disse William Blake. Já Eric Fromm diz que a verdadeira questão não é sabermos porque alguns de nós enlouquece, mas porque não enlouquecemos todos.
Faz sentido, nénão?

PREFERÊNCIA.
O que gosto nas mulheres
é o cheiro.
E uma certa barriguinha...
proeminente.

MEDITAÇÃO ZEN.
Relaxamento despreocupado.
Atenção concentrada.

BUSCAR O ZEN.
É como buscar o boi,
montado no boi.

SABEDORIAS PROFANAS.
- “O meu abismo fala (...) Disse a minha palavra, e me despedaço”. F. Nietzsche.

- O que sabemos é gota. O que não sabemos é oceano. I. Newton.
É gozado, já tinha dito mais ou menos isso no post anterior. Certa feita, disse que não era ateu por convicção, mas por instinto. Depois, soube que Nietzsche tinha dito mais ou menos a mesma coisa. De outra feita, escrevendo sobre o zen, criei o termo “Iluminação Profana”. Depois, soube que Walther Benjamin já havia utilizado o mesmo termo num de seus escritos.
É, as vezes sinto que, não importa o que pense, alguém já terá pensado antes de mim...

NIETZSCHE.
- Um Gênio sofrendo de enxaquecas...
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sexta-feira, 27 de abril de 2012

REFLEXÕES SEM DOR.
- Não sei bem porque, mas sempre achei que tartarugas, em geral, e as marinhas, em particular possuem uma complexa e misteriosa, intrínseca e singular espiritualidade. Bem, na próxima, caso haja, quero ser uma grande e plácida tartaruga marinha, daquelas que cruzam os 7 mares desfrutando de uma bela, profunda, sofisticada e pacífica sabedoria de vida.

- Quando a sua alma espiritual estiver em perfeita harmonia com a sua psique material - quando as duas forem uma - então, você estará no caminho certo, o único capaz de te conduzir com segurança à você mesmo.

- O que vemos, sentimos e sabemos... é muito pouco. 

REFLEXÃO SEM DOR (A MODA ZEN).
- Nem tudo é como parece.
Nem tudo que parece ser, é. 

O DEVANEIO.
- Devanear: se contar para si mesmo.

POESIAS OCIOSAS

SIMPLICIDADE.
Só queria simplicidade dos simples.
Um olhar sem culpa,
Um desejo comportado.
Só queria o comum e o cotidiano.
O certo e o pouco que cabe a cada um.

Por exemplo:
Só queria saber o que Deus é. 

SEDE.
Um trago de um “blended” travado,
rasgando a goela.
Um “puro” cubano bailando no ar.

Você
Nuamolhada
Teafagomeafogo.

SABEDORIAS PROFANAS.
- De todas as taras sexuais, a mais estranha é a abstinência. Millôr Fernandes.

- Nós queremos que as grandes mentes verbalizem ideias extremas, porque nossas mentes menores já verbalizaram as ideias mais sensatas. Adam Gopnick.

- A mais sórdida pelada é de uma complexidade shakesperiana. Às vezes, num corner bem ou mal batido, há um toque evidentíssimo do sobrenatural. Nelson Rodrigues.
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quinta-feira, 19 de abril de 2012

O encanto e a precisão de ser e fazer (SerFazendo)

Mangueiras me lembram a infância no sítio do meu avô, quando subíamos em seus galhos para chupar suas mangas.

Hoje, estou convencido de que mangueiras são como são, largas, plenas, feitas exclusivamente para facilitar a vida das crianças, incentivando suas traquinagens.

Mas os meninos de hoje, ah, coitados dos meninos de hoje!

Eles não sabem a delícia de se lambuzar numa manga do caroço ao pescoço, pendurado em seus fartos e acolhedores troncos.

REFLEXÃO UM TANTO OU QUANTO ZEN.

Deus mora na alma.

Negá-lo, é prejudicial à saúde psíquica.

Negar Deus faz parte da saúde psíquica da alma.

REFLEXÕES PROFANAS.

- Deus é uma isca no céu. C. Bukoski.

Interpretação do Pedro:

1) - Você morde, ou não morde.

2) - Quando você morre, Deus te pesca.

- Tentei ser botafoguense para acompanhar e ser solidário com o Pedro nessa sua tragédia pessoal. Não deu certo, fracassei: é que o meu DNA já veio com a marca do querido Flusão.

SABEDORIAS PROFANAS.

- É preciso ter coragem para ser feliz. D. Canô.

SOBRE SÊNECA.

- Sei que minha pátria é o mundo, e que os deuses o comandam, e eles estão acima de mim e ao redor, agindo como sensores de meus atos e de minhas palavras. Quando a natureza solicitar o meu espírito, ou minha razão ordenar que eu o libere, partirei dizendo que sempre cultivei a retidão de caráter e as melhores intenções, sem haver reduzido a liberdade de ninguém, muito menos a minha. Qualquer pessoa que pretenda, que queira, que se proponha a fazer isso estará trilhando a estrada que leva aos deuses.

Sêneca, (40 d.C). In: Da tranqüilidade da alma.

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sábado, 31 de março de 2012

REFLEXÕES SEM DOR.

Glaucia tem caído muito, ultimamente. É que ela devaneia por demais.

SABEDORIAS PROFANAS.

- Tem bububu no bobobó. Tem sassarico é o ó. G.E.S São Clemente.

POESIAS QUE GOSTARIA DE TER ESCRITO.

Assim como a neblina não deixa marcas

Na colina verde-escura

Meu corpo também não deixa marcas

No seu, nem nunca deixará.

Quando vento e uivo se encontram,

O que sobra?

Assim é o nosso encontro,

Depois nos viramos e pegamos no sono.

Assim como há noites que ficam

Sem luas, nem estrelas,

Assim ficaremos

Quando um de nós tiver partido.

Leonard Cohen.

SOBRE NIETZSCHE.

- Nós, homens de conhecimento, não nos conhecemos, de nós mesmos somos desconhecidos - e não sem motivo. Nunca nos preocupamos: como poderia acontecer que um dia nos preocupássemos? Com razão alguém disse: “onde estiver teu tesouro, estará também teu coração”. In: Genealogia da moral.

- Pereça o mundo, faça-se a filosofia, faça-se o filósofo, faça-se eu! In: Genealogia da moral.

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domingo, 12 de fevereiro de 2012

REFLEXÕES SEM DOR.

- Toda idéia é uma espécie de orgasmo.

-O Zen faz você entender que, entre palavras e vozes, se entremeia o dom da escuta e as virtudes do silêncio.

- O que importa, amigo, não é o que você leva; é o que você deixa.

- O tempero do sal - tal como o da vida - é um dom.

SABEDORIAS PROFANAS.

- Mas com que fim, então, foi criado o mundo, inquiriu Cândido?

- Para nos irritar, respondeu Martin. Voltaire. Cândido.


- Deus é um anzol no céu. C. Bukoswki. (Quer dizer, você morde... ou não, disse o meu filho Pedro).

SOBRE BORGES.

- “Nadie rebaje a lágrima o reproche

esta declaración de la maestria

de Dios, que com magnífica ironia

me dio a la vez los libros y la noche”.


- “Que otros se jactem de las páginas que han escrito;

A mi me enorgullecem las que he leído”.

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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

REFLEXÕES SEM DOR.

O inimigo mortal do ateísmo não é a religião, mas a alienação.

Essa, por exemplo, que troca conhecer por acreditar.

Essa, por exemplo, que troca sabedoria por fé.

Essa, por exemplo, que troca experiência por dogma.

Essa, por exemplo, que troca o dentro pelo fora.

Logo, o inimigo mortal do ateísmo é a Religião Formal.

Práticas religiosas formais não esgotam o que nos “transcende”.

O que nos “transcende” não depende de práticas religiosas formais.

Ser ateu é um direito pessoal de cidadania.

Cabe a cada um refletir sobre esse caminho alternativo e solitário.

Mas a tolerância - se o seu Deus é único e universal - não faz parte da prática religiosa formal.

Prêmio algum a quem crê!

Castigo nenhum a quem não crê!

SABEDORIAS PROFANAS.

- Quem me dera entender/como Deus é/ ao mesmo tempo três. “Índio”, de Renato Russo.

- Deus é uma indelicadeza contra nós pensadores. Nietzsche. (Ecce Homo).

- Estou na oficina de Deus arrumando as turbinas. Me aguardem. Wando.

POESIAS QUE GOSTARIA DE TER ESCRITO.

OLHO DE LINCE

quem fala que sou esquisito hermético

é porque não dou sopa estou sempre elétrico

nada me é estranho

fulano sicrano beltrano

seja pedra seja planta seja bicho seja humano

quando quero saber o que ocorre à minha volta

ligo a tomada abro a janela escancaro a porta

experimento invento tudo nunca jamais me iludo

quero crer no que vem por aí beco escuro

me iludo presente passado e futuro

urro arre i urro

Viro balanço reviro na palma da mão o dado

futuro presente passado

tudo sentir total é chave de ouro do meu jogo

é fósforo que ascende o fogo da minha mais alta razão

e na sequência de diferentes naipes

quem fala de mim tem paixão.

WALLY SALOMÃO.


PROVAREMOS AS ILHAS E O MAR.

sei que em alguma noite

em algum quarto logo

meus dedos abrirão caminho através

de cabelos limpos e

macios.

canções como as que nenhum rádio

toca

toda a tristeza, escarnecendo

em correnteza.

CHARLES BUKOWSKI.

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sábado, 28 de janeiro de 2012

REFLEXÕES OCIOSAS.

A sabedoria dispensa a fé.

E eu - que só fumo cigarros heterodoxos - advirto: Religiões Formais viciam e fazem mal a saúde mental, provocando danos psíquicos irreversíveis.

Não se trata apenas do controle da espiritualidade: é todo um imaginário pessoal que se torna cerceado, refém, limitado. É o livre jogo da imaginação que está comprometida pelos limites do projeto religioso. As Religiões Formais afastam o sujeito de suas experiências pessoais, empobrecendo sua relação com com si próprio. (Jung dizia que as religiões são um poderoso escudo que te impedem de entrar em sua própria espiritualidade por conta própria).

Veja, por exemplo, o Zen: trata-se de uma doutrina e prática de sabedoria, logo, embute dúvidas. Já a Religião Formal é uma doutrina e uma prática de fé, logo, embute certezas.

Religioso, então, porque não? Mas, religioso, sim, sem religião alguma.

Somos todos - queiramos ou não - possuídos por uma espiritualidade que nos é própria e inerente enquanto seres humanos. A espiritualidade faz parte da estrutura psíquica da mente. Aliás, é precisamente nesse sentido que Jung gravou em seu brasão de família: “Invocado ou não invocado, Deus está presente”.

Com alguma irritação e muita convicção, afirmo: o piedoso, o dócil, o virtuoso, o digno são inimigos da sabedoria. Zaratustra, certamente diria: um homem “bom” é um homem “fraco.” (“Eu nego um tipo de homem que até agora tem sido considerado como superior: o dos bons, dos benévolos, dos caridosos”). Nietzsche.

Mas, atenção!, não leve nada disso muito à sério. O ateu e o filósofo têm dúvidas! É por isso que eles sabem do charlatão que são para si próprios, porque sabem que nada do que dizem é verdadeiro.

Seja, portanto, prudente e sábio, e não acredite em nada do que aqui está dito.

Essa é, precisamente, a chave do pensamento produtivo: lá adiante, outras verdades virão, tão precárias e provisórias quanto essas que agora, aqui são ditas.

SOBRE WALTER BENJAMIN.

- Livros e putas podem-se levar para a cama.

- Ser feliz significa poder tomar consciência de si mesmo sem susto.

- Nunca considere como perfeita uma obra sobre a qual não se sentou uma vez desde a noite até o dia claro.

EM BETIM, LENDO KAFKA.

- As pessoas estão costuradas em sua pele por toda a vida e não podem alterar nenhuma das costuras.

- Quase não tenho nada em comum comigo mesmo, e deveria ficar quieto num canto., satisfeito por poder respirar.

- Se o livro que estamos lendo não nos acordar com uma pancada na cabeça, para que o estamos lendo?(...) Precisamos de livros que nos afetem como um desastre, que nos angustiem profundamente, como a morte de alguém que amamos mais do que a nós mesmos, como ser banidos para florestas distantes de todos, como um suicídio.

- Um livro tem de ser o machado para o mar congelado dentro de nós.

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Tenho pensado em acabar com esse meu blog. É que já não tenho mais muito saco para ficar pesquisando (um blog, pode não parecer, mais dá trabalho). Mas também tenho que admitir que ele tem sido uma grande curtição pra mim e, suponho, para os poucos que o acompanham. Vamos ver como é que fica...

Bem, acho que nunca fiquei tanto tempo sem postar nada nele. É que tive viajando – Montevideo, Colonia do Sacramento, Belo Horizonte e Betim. A propósito: quem for a Montevideo, recomendo o restaurante La Otra, que fica no bairro de Punta Carretas. Lá, peça: carne: “Ojo de bife ancho”. Sobremesa: “Marquise de naranja com musse de chocolate”. Depois, é só ir flutuando em direção ao hotel.




















REFLEXÕES SEM DOR.

- A alma é uma realidade psíquica e espiritual dentro de cada um.

- Tudo que existe na alma - na psique -, existe.

- Deus, certamente, não mora no céu. Mora onde?

- Deus não mora no céu. Deus mora na psique. (Nos rastros de Jung).

- Deus não mora no céu. Deus mora na linguagem. (Nos rastros de Wittgenstein).

- Tornar o sagrado profano, significa puxar Deus para baixo.

- Ao contrário do que determinam as Religiões Formais, não há um caminho “único” em direção ao céu (isto é, em direção a nós mesmos). Os caminhos do céu são muitos, são todos.

- E que Oxossi, enfim, nos proteja.

SABEDORIAS PRROFANAS.

- “Nenhum ego humano é suficientemente forte, sábio e bom para viver a vida apenas por suas próprias luzes”. Também nos rastros de Jung, Stephan A. Hoeller. In: A gnose de Jung e os sete sermões aos mortos”.Ed. Cultrix, SP, 1995.

POEMINHA BOBO.

Me leve

De leve

Que a vida é breve.

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