É surpreendente como a filosofia de Wittgenstein remete - se assim se quer, é claro! - ao Budismo e ao Zen. E vice-versa.
Wittgenstein foi um impecável filósofo oriental. Veja só:
-O sentido do mundo tem que estar fora do mundo.
- No mundo tudo é como é e tudo acontece como acontece; nele não existe qualquer valor - e se existisse não teria qualquer valor. Se existe um valor que tenha valor, então tem que estar fora do que acontece e do que é.
- O sujeito pensante não existe.
-“O sujeito não pertence ao mundo, mas é um limite do mundo.
- A solução do enigma da vida no tempo e no espaço está fora do tempo e do espaço. - -A realidade empírica é limitada pela totalidade dos objetos (...) As hierarquias são e têm que ser independentes da realidade.
- A contemplação do mundo ‘sub specie aeterni’ é a sua contemplação como um todo limitado. Místico é sentir o mundo como um todo limitado.
- Não existe uma ordem a priori das coisas.
- O mundo e a vida são um.
- O sentido do mundo tem que estar fora do mundo.
- O que é místico é que o mundo exista, não como o mundo é.
- O que se revela é o que não pode ser dito. É o inexprimível, o místico. e
- Segundo Witt. as razões acabam muito rapidamente; então, diz ele, é preciso “agir sem elas”. AF. 211 (p. 326).
Ah, as voltas que a filosofia dá...
L. Wittgenstein Aforismos nos 5.5561, p. 113; 5.62, p. 115; 5.632 e 5.634, p. 116; 5.631, p. 115; 6.36, p.134; 6.41, p, 138; 6.44, p. 140; 6.4312, p. 140; 6.45, p. 140; 522, p. 141.
In: Ludwig Wittgenstein, Tratado lógico-filosófico. (Edição portuguesa).