sábado, 22 de outubro de 2011

WITTGENSTEIN E A FILOSOFIA ORIENTAL.

É surpreendente como a filosofia de Wittgenstein remete - se assim se quer, é claro! - ao Budismo e ao Zen. E vice-versa.

Wittgenstein foi um impecável filósofo oriental. Veja só:

-O sentido do mundo tem que estar fora do mundo.

- No mundo tudo é como é e tudo acontece como acontece; nele não existe qualquer valor - e se existisse não teria qualquer valor. Se existe um valor que tenha valor, então tem que estar fora do que acontece e do que é.

- O sujeito pensante não existe.

-“O sujeito não pertence ao mundo, mas é um limite do mundo.

- A solução do enigma da vida no tempo e no espaço está fora do tempo e do espaço. - -A realidade empírica é limitada pela totalidade dos objetos (...) As hierarquias são e têm que ser independentes da realidade.

- A contemplação do mundo ‘sub specie aeterni’ é a sua contemplação como um todo limitado. Místico é sentir o mundo como um todo limitado.

- Não existe uma ordem a priori das coisas.

- O mundo e a vida são um.

- O sentido do mundo tem que estar fora do mundo.

- O que é místico é que o mundo exista, não como o mundo é.

- O que se revela é o que não pode ser dito. É o inexprimível, o místico. e

- Segundo Witt. as razões acabam muito rapidamente; então, diz ele, é preciso “agir sem elas”. AF. 211 (p. 326).

Ah, as voltas que a filosofia dá...

L. Wittgenstein Aforismos nos 5.5561, p. 113; 5.62, p. 115; 5.632 e 5.634, p. 116; 5.631, p. 115; 6.36, p.134; 6.41, p, 138; 6.44, p. 140; 6.4312, p. 140; 6.45, p. 140; 522, p. 141.

In: Ludwig Wittgenstein, Tratado lógico-filosófico. (Edição portuguesa).

SABEDORIAS PROFANAS.

- O que eu fiz foi demonstrar que a maneira como o universo começou pode ter sido determinada pelas leis da ciência... isso não prova que Deus não exista, apenas que Deus não é necessário. Stephen Hawking.

- Mais vale agora buscar compreender o que se esconde por trás da própria noção de sujeito: essa coisa complexa e frágil de que é difícil falar, mas sem a qual não há fala. Elizabeth Roudinesco.

- Aquilo que de maneira quase inevitável nos converte em pessoas ridículas é a seriedade com que encaramos o presente (...) somente um punhado dentre os maiores espíritos da humanidade conseguiu furtar-se a esta situação, deixando de ser pessoas ridículas para transformar-se em pessoas capazes de rir. Schopenhauer.

- Deus me livre de ter um espírito são. L. Wittgenstein.

- Tudo é um. Tales de Mileto.

C. G. JUNG

1.

Jung conta que viu no Ceilão a seguinte cena: dois camponeses se encontram com seus carros numa viela estreita. Fizeram uma inclinação profunda, um para o outro, e disseram: “distúrbio passageiro! Nenhuma alma (anatman). Isto é: essa perturbação aconteceu só exteriormente, no espaço da prisão de mâyâ, e não no espaço da realidade verdadeira, onde ela não corre nem deixa vestígios. E isso, conclui Jung, não constitui nenhum mérito, propriamente dito.

(Se é que você me entende...).

2.

Nós não temos uma idéia correta do Oriente. Disso é que se originou a pergunta jocosa:De quanto tempo precisará alguém para se libertar, se ama a Deus, e de quanto tempo, se o odeia?” A resposta esperada seria, obviamente, que aquele que odeia a Deus precisará de mais tempo. O hindu, porém, responde do seguinte modo: “Quem ama a Deus precisará de sete anos, e quem o odeia precisará de três. Porque, se odeia Deus, pensará muito mais nele!”

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O MUNDO SAGRADO E O MUNDO PROFANO


Antigamente esssas enormes portas - situadas já no inteior das igrejas - serviam para impedir que velas se apagassem durante o santo ofício da missa. Mas sua verdadeira função, desde sempre, é mais simbólica: servem para separar o mundo profano do sagrado (uma idéia, aliás, completamente estranha a religiosidade oriental).
Repare nessas portas das igrejasaqui do Rio: com relevos talhados na madeira, elas são bonitas, sem dúvida, mas também são comuns e corriqueiras.
Bem, então, quando você for a Ouro Preto não deixe de reparar nas portas internas de suas igrejas coloniais, muitos delas pintados por Manuel da Costa Athaíde, que fazia parte do grupo de músicos, compositores, poetas e pintores da chamada Escola Mineira do Século XVIII. Mestre Athaíde, que segundo Drummond possuia uma “bonita, valente e espaçosa pintura” era amigo de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, tendo os dois trabalhado em vários projetos, como a obra prima do barroco mineiro: a igreja de São Francisco de Assis: A nossa capela Sistina.
Nem mais, nem menos.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O APOSENTADO.

Eu disse: Hoje não vou trabalhar no zen, não vou fazer nada. Vou passar o dia esparramado no sofá, lendo livro, vendo televisão, escutando música.

Ela disse: Você é o único aposentado que tira um dia de folga.

REFLEXÃO POTICAMENTE INCORRETA.

- Do jeito que a coisa vai, daqui a pouco vai ser proibido ser heterossexual.