- “Um só confluir, um só conspirar, tendo todas as coisas um só sentimento. O grande princípio se estende até a parte mais remota e da parte mais remota se alcança o grande princípio: uma só natureza, o ser e o não-ser”. HIPÓCRATES.
- “Em primeiro lugar, nas coisas existe a unidade graças à qual cada coisa é idêntica a si mesma, subsiste por si mesma e se mantém coesa. Em segundo lugar, é graças a unidade que cada criatura se une às demais, e todas as partes do mundo formam, enfim, um só mundo. A terceira e mais importante unidade é aquela graças à qual o universo inteiro é uma só coisa com o seu Criador, como um exército unido a seu comandante”. PICO DELLA MIRANDOLA.
Para Pico, o mundo é o corpus mysticum de Deus, um único ser, um Deus visível no qual todas as coisas se acham naturalmente coordenadas desde o princípio. A propósito: a moderna ecologia também sustenta que o mundo é dotado de vida: Gáia.
- “Quando o homem nasce, o Pai infunde nele toda espécie de semente e de germes da vida pluriforme”. PICO DELLA MIRANDOLA.
(Cada um entenderá o “Pai”, evidentemente, conforme suas próprias crenças e convicções).
- “O suprasensível e o sensível estão unidos por um vínculo de comunhão”. TEOFRASTO.
(Como “vínculo de comunhão”, cada um entenderá, evidentemente, conforme as suas próprias crenças e convicções).
- Querendo Deus harmonizar o começo e o fim das coisas criadas de modo que as coisas ficassem unidas pela necessidade e pela amizade, estabeleceu o céu como começo e o homem como término da criação. Criou o primeiro como a mais perfeita de todas as coisas perceptíveis não transitórias, e o segundo como o melhor dos seres passageiros nascidos na terra. Como porém as coisas transitórias e as coisas permanentes se opõem entre si, Ele conferiu a mais belas das formas aos dois: ao começo Ele conferiu a forma do céu e ao fim a forma dos homens". FILO DE ALEXANDRIA
- “É opinião unânime dos platônicos que, da mesma forma que todas as coisas estão em tudo no mundo arquetípico, assim também todas as coisas estão em tudo no mundo corpóreo, mas de maneiras diferentes e de acordo com a natureza de cada receptor. Assim, os elementos não se acham apenas nesses corpos inferiores, mas também nos céus, nas estelas, nos demônios, nos anjos e, por fim, no próprio criador e arquétipo de todas as coisas”. AGRIPPA DE NETTESCHEIM.
- “Existe, portanto, a alma do mundo, uma espécie de vida única que enche todas as coisas, penetra todas as coisas e mantem unidas todas as coisas, fazendo com que a máquina do mundo inteiro seja uma só”. AGRIPPA DE NETTESCHEIM.
Para Agrippa, há uma “idéia” ou “conhecimento” inato em todas as criaturas vivas. Para Jung, esse “conhecimento” não se liga ao “eu” pessoal; trata-se de um conhecimento inconsciente subsistente em si mesmo, chamado por ele de “conhecimento absoluto”, “arquétipos, “inconsciente coletivo”. Ou uma “percepção” desprovida de sujeito, segundo Leibnitz
- “O filósofo não encontra nada no céu e na terra que não se encontre também no homem. E o médico não encontra no homem o que o céu e a terra também não têm. E esses dois não diferem um do outro senão pela forma exterior.” PARACELSO.
- “Tudo vai, tudo volta; eternamente gira a roda do ser. Tudo morre, tudo refloresce, eternamente transcorre o ano do ser. Tudo se desfaz, tudo é refeito; eternamente constrói-se a casa do ser. Tudo separa-se, tudo volta a encontrar-se; eternamente fiel a si mesmo permanece o anel do ser”. NIETZSCHE.
(Nietzsche é surpreendente. Um monge budista não teria dito melhor).
A física moderna (Niels Bohr) entende essa mediação entre o contínuo e o descontínuo como um “princípio” ou “argumento” de “correspondência”.
O Taoísmo chama de “vinculação” ou “sentido” essa unidade, esse “sopro” que indissoluvelmente une tudo a todos.