quarta-feira, 28 de setembro de 2011

REFLEXÔES OCIOSAS.

- A morte é trágica porque não deixa você terminar o que estava lendo.

- Ah, um vida sem porquês! sem porqueporquês.

- Só tenho uma certeza na vida: tenho menos certezas na vida.

- Estava hoje a tarde lendo um livro, vendo televisão e ouvindo música - lazeres, enfim, de um aposentado inútil como eu (sim,porque nem todo aposentado é um inútil. A inutilidade - como concordariam os velhos mestres taoístas -, é uma prerrogativa dos sábios...), quando “parei” para penar no cd. que estava ouvindo, o Abraxas, do Santana. Trata-se, sem dúvida, de um dos grandes clássicos do rock. E fiquei pensando, com tristeza, sobre esses músicos do rock dos ‘60 que, hoje, já meio velhuscos, abandonam e, de certo modo, traem suas filosofias de vida, passando a fazer uma musiquinha comercial, anódina, mas que é o que o mercado, é claro!, consume e determina. Tem vários por aí e Santana, um dos mais talentosos guitarristas que o rock produziu, é mais um deles, tipo Winston Marsalles, Georges Benson, Herbie Hancok etc que, com enorme talento no campo do jazz, fazem o mesmo. Pena.
Oba! Há muito tempo não falava de rock aqui no blog. Legal! Vou ver se me dedico mais a ele, deixando um pouco de lado a filosofia

(Vai ser difícil...).

SOBRE AUTORIDADE.

- Para aprender, compreender a si-mesmo, toda autoridade deve ser posta de lado (...) nada há a aprender dos outros, inclusive do orador (...) o orador nada tem para ensinar-lhes. O orador está meramente agindo como um espelho no qual vocês podem se ver. E quando puderem ver a si-mesmos claramente, podem jogar fora o espelho. Krishnamurti. In: Mary Lutyens, Vida e morte de Krishnamurti.

- D. Laêrtios atribuía ao filósofo Pirro a seguinte sentença: Não definir coisa alguma, ou antes, não aderir a opinião alguma. D. Laêrtius. In: Diôgenes Laêrtius, Vidas e doutrinas de filósofos ilustres.

- O fruto mais saboroso da auto-suficiência é a liberdade. Epicuro, “Aforismos”. In: Epicuro, Pensamentos.

- O médico, filósofo e alquimista medieval Paracelso gravou no seu brasão de família: Não siga a outro, aquele que pode seguir a si-próprio. In: Carl Gustav Jung, O espírito na arte e na ciência.

- Não me deixarei orientar nem pelo Yoga-Veda, nem pelo Atarva-Veda, nem por ascetas, nem por doutrina alguma. Aprenderei por mim mesmo. Serei meu próprio aluno; procurarei conhecer-me a mim. Sidarta. In: Hermann Hesse.

- Você deve tornar-se senhor de si mesmo, senhor também de suas próprias virtudes (...) você deve ter domínio sobre o seu pró e o seu contra. In: Friedrich Nietszche, Humano, demasiado humano.

- Alegra-me (...) que os próprios homens tenham alguns coices a dar antes de se tornarem membros submissos da sociedade. Sem dúvida, nem todos os homens são súditos igualmente adequados para a sociedade. E porque a maioria, como cães e gatos, é submissa por disposição herdada, isto não é motivo para que os outros devessem ter suas naturezas rompidas a fim de serem reduzidos ao mesmo nível (...) uma vida bem sucedida não conhece nenhuma lei (...) em suma, todas as coisas boas são selvagens e livres. In: Henry David Thoureau, Caminhando.

- Renato Russo, por sua vez, recomenda: Não tenha medo/não preste atenção/não dê conselhos/ não peça permissão/é só você quem deve decidir o que fazer.

- Raul Seixas decreta: Faça o que tu queres, pois é tudo da lei.

- Belchior diz o seguinte: E a única forma que pode ser normal/é nenhuma regra ter/E nunca fazer nada que o mestre mandar/Sempre desobedecer/Nunca reverenciar.

Em tempo: "Ni Dieu, ni maitre" é uma velha palavra de ordem do anarquismo.

SABEDORIAS PROFANAS.

- Exagerado: adoro um amor inventado. Cazuza.

- Sou o intervalo ente o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim. Fernando Pessoa (Álvaro de Campos).

- O real não está na saída nem na chegada; ele se dispõe para a gente é no meio da travessia. Riobaldo (Guimarães Rosa).

- Palavras e coisas sangram pela mesma ferida. Octavio Paz.

- Não quero viajar por lugares que desconheço. Rubem Alves (Eu também. Só gosto de ir para onde já fui. Por exemplo: Buenos Aires).

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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O POSITIVO E O NEGATIVO.

O positivo é reto.
O negativo é torto.
O positivo é liso, plano, estreito, único, duro e curto; é fixo, simples, fino; é raso, ralo, rasteiro; linear e previsível. É superfície; é o concreto, o dito, o dado, o feito, o sabido. É retilíneo. É consenso. É prosa. É Apolo.
O positivo é senso comum, mão única, direção fixa:
É hesitante sim!

O negativo é ondulado, largo, plural, mole e longo: é móvel e complexo; é grosso, espesso, fundo, profundo; nuançado, vasto, pleno e múltiplo. É curvilíneo. Dissenso. Poesia. É Dionísio.
O negativo aponta em todas as direções:
É decidido não!

A negatividade da filosofia é:
Pensamento maldito, interdito.

Exílio.
Gueto impensável do pensável da razão:

- Essa, que condena ao mesmo.
Gueto pensável do impensável da razão:

- Esse, que produz o múltiplo.
A filosofia é o lugar privilegiado onde o pensamento se reconcilia com o exílio, o interdito, o maldito.
É transgressão e recusa.

DELICIOSA METÁFORA.

- Mães abrindo bocas a cada vez que alimentam seus bebês.

UM POUCO DE ADÉLIA PRADO NA VEIA NÃO FAZ MAL A NINGUÉM.

- De vez em quando Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo.

- Para o desejo do meu coração, o mar é uma gota.

- Meu Deus me dá cinco anos, me dá a mão, me cura de ser grande.


- A borboleta pousada. Ou é Deus, ou é nada.

SABEDORIAS PROFANAS.

- Envelhecer não é para covardes. Bette Davies.

- Fazer filhos, nada melhor; tê-los, que iniquidade. Sartre.

- Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome. Clarisse Lispector.

- Às vezes é solitário viver. Caetano Veloso.

- I Just want to know about the rooms behind your minds. Jimmy Hendrix.

- Bobeira é não viver a realidade. Cazuza.

- Como não acreditar em Deus se há jardins? Rubem Alves.

POESIA QUE GOSTARIA DE TER ESCRITO.

Jaquadarte.
Era Briluz. As lesmolizas touvas.
Roldavam e relviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas
E os momirratos davam grilvos.
Lewis Carrol, Aventuras de Alice no país das maravilhas – através do espelho e o que Alice encontrou lá.

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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

UM POUCO DE NIETZCHE NA VEIA NÃO FAZ MAL A NINGUÉM.

- Eu só poderia crer num Deus que pudesse dançar.

- Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre, também alguma razão na loucura.

- Você deve tornar-se senhor de si mesmo, senhor também de suas próprias virtudes (...) você deve ter domínio sobre o seu pró e o seu contra.

- Três coisas são minhas recreações, minhas raras recreações: o meu Schopenhauer, a música de Schumann e, finalmente, longas caminhadas.

- Somente a minha doença me trouxe à razão.

- A vida é uma fonte de alegria; mas ali, onde a plebe também bebe, todas as fontes ficam envenenadas.

- A vida sem música seria um erro.

- Quem quer ser um criador no bem e no mal deve, antes, ser um destruidor e romper valores.
O meu abismo fala (...) Resolvi e trouxe à luz a minha última profundeza! (...) Disse a minha palavra e me despedaço.

- E digamos falsa toda verdade que não teve, a acompanhá-la, nem uma risada!

- Convicções são inimigos da verdade mais perigosos que as mentiras.

- Não existe forma na natureza, porque nela não há interior nem exterior.

- Orgulho-me de seguir as doutrinas do filósofo Dioniso e preferiria mil vezes mais ser considerado como um sátiro do que como um santo.

NIETZCHE POETA.

1
Porque não repousas, obscuro coração,
O que te instiga a fugir mesmo com os pés ensanguentados
O que esperas tu?

2
Sim, eu sei de onde sou!
Insaciável como o fogo
Eu ardo e me consumo.
Tudo que toco vira flama
E tudo que deixo, carvão:
Sou fogo, não há dúvida.

3
Conhecedor de si,
algoz de si.

4
Vem, ouro da serenidade!
Tu, da morte
o mais secreto e dulcíssimo anúncio
.

5
Dá-me amor – quem me aquece?
Quem me ama ainda?
Dá-me mãos quentes,
Dá-me brasas para o coração.
(...)
Oh, volta aqui,
Meu deus desconhecido, minha dor,
Minha extrema felicidade!...
In: Paul L. Landsberg, Ensáio sobre a experiência da morte. (O livro é meio difícil, meio chato, desses que você vai lendo, pulando as folhas).

NIETZSCHE E O BUDISMO.

Diz Nietzsche: “(...) surgiu após séculos de atividade filosófica; o conceito de Deus já não tem qualquer valor em sua gênese. O Budismo é a única religião autenticamente positiva que a história nos mostra, também incluída aí a sua teoria do conhecimento; ela não diz ‘luta contra o pecado’, senão, dando total razão à realidade, diz ‘luta contra o sofrimento’. Deixa atrás de si - e isso distingue-o profundamente do cristianismo - esse logro de si próprio que são as concepções morais; coloca-se, para falar a minha linguagem, para além do bem e do mal”.
In: Friedrich Nietzsche, O anticristo.
Mas Nietzsche tem uma posição ambígua em relação ao Budismo. Por um lado, prevendo uma associação dele com os “espíritos livres” do Ocidente, afirma que sua doutrina contemplativa pode produzir uma nova interpretação do homem, solucionando os enigmas do mundo. Por outro, vê o Budismo como uma ameaça à que a civilização ocidental deve evitar: “Escolher a Grécia e não a Índia é evidentemente, para o Nietzsche desses primeiros anos [1871], a mesma coisa que escolher Wagner e não Schopenhauer. Assim são as equivalências:
- De um lado o Budismo, Schopenhauer, a Índia, a paz, o quietismo, a fraqueza.
- De outro, a força, o conflito, a Europa, Wagner, a tragédia”.
In: Roger Pol-Droit, Le culte du néant.

NIETZSCHE.

- A mais lúcida filosofia da loucura.
- A mais louca filosofia da lucidez.
Solitário e doente a vida inteira, sem rumo, deslocado - daquiprali/delapracá -, seu único refugio era - dentro - de si próprio:
“Herói trágico” (...) “filósofo do desejo” (...) “a experiência de ser um sem-Deus, sem-emprego, sem-esposa e sem-lar deu a Nietzsche o conhecimento direto, imediato, da patologia dos outsiders (...) Ele é o viajante enfermo, o alemão excêntrico com uma valise, uma manta escocesa, um ar de militar e um enorme bigode. Pode ser um tolo ou um gênio. Em ambos os casos, pode estar levando uma bomba em sua valise. Pode estar carregando um segredo explosivo capaz de ameaçar vidas ou de mudá-las irrevogavelmente para melhor. Sua revelação está programada para vir a público em um futuro indefinido, e ninguém poderá garantir sua benignidade.”
In: Lesley Chamberlain, Nietzsche em Turim.

NIETZSCHE

1.
O destino de Nietzsche foi pensar a existência no extremo do possível.
Filósofo, escritor e músico, celebrou a vida como poucos.
Perambulou por cidades, hotéis e pensões baratas.
Caminhou por ruas e becos, por prostitutas anônimas.
Caminhou por uma praça onde - dentro e fora -
enlouqueceu definitivamente.

Caminhou por si próprio,
Como ninguém.
(“como ninguém” significa que o filósofo caminhou como um ninguém, isto é, caminhou como os sábios).
2.
Onde habitava a mente de Nietzsche?
A partir de que abismos de si mesmo, decifrou a totalidade do humano?
Louco, produziu a mais subversiva, a mais transgressora, a mais absurda filosofia da lucidez.
Lúcido, não conseguiu escapar de sua própria loucura.
(E quem consegue?)
Nietzsche, o filósofo, criou e celebrou uma filosofia de/da vida como rigor e vigor, como poucos, até hoje, foram capazes.
Enlouqueceu e morreu - para si - abraçado a um cavalo, um dos mais belos seres da criação.
(Zaratustra não faria melhor!).
O Super-Homem que foi de si/para si podia agora, finalmente, descansar junto a mãe e a irmã:
Seu legado - e seu recado - já estavam dados.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

REVISITANDO O BLOG

Hoje, adulto, não devo nada a filosofia (a não ser, é claro, o fato dela ter me despertado para a aventura do pensamento: o exercício de ser eu mesmo).
Sou um pensador avulso, de superfície, sem filiação ou linhagem (do tipo que anda com suas pernas: curtas, mas próprias). Não sou filósofo, a não ser para mim mesmo, isto é, para dar conta - com mínimo rigor e máximo prazer - de minhas questões, conflitos e perplexidades.
Não sigo esse, nem aquele; não sou isso, nem aquilo.
Entre os muitos ismos, anos e istas que a filosofia contempla, a muito custo e a duras penas - e dentro de limites intelectuais severíssimos -, escolhi o guilhermismo: sou guilhermiano e guilhermista (que ambicioso e magnífico projeto: uma vida inteira pensando em si próprio, a maneira de Nietzsche e Borges).
A filosofia é uma desculpa para abrigar pensamentos dos que têm prazer com os pensamentos que têm. Uma técnica de reflexão para os que gostam de pensar por si próprios sobre si mesmos, pois os filósofos, é claro!, falam exclusivamente de si próprios.
Bem, uns fazem melhor, outros pior, uns sabem muito e bem, outros pouco e nem tanto. Alguns são profissionais, e muitos, como eu, amadores e diletantes.
A propósito:
Uma vez, um professor de filosofia, um filósofo profissional, disse que eu não passava de um diletante. Magoado, fui ao dicionário: “Dilettante: do italiano dilettare: deleitar-se com, aquele que faz as coisas por gosto e não por obrigação”.
Que maravilhoso presente esse professor me deu! Nunca pude dizer-lhe o quanto ele estava certo, e o quanto estava grato por ele ter me apresentado a mim mesmo.
De resto, um filósofo, diz Nietzsche, deve caminhar sozinho.
Filósofos bastam-si!

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domingo, 4 de setembro de 2011

SOBRE A MEDITAÇÃO COMO PROBLEMA.

- Todo o cultivar da concentração é essencialmente errado, desde o início. Pois como poderá alguém, cultivando a concentração, obter concentração? Shen-Hui. In: Allan Watts, O Budismo Zen.

- Concentrarmo-nos na mente e contemplá-la até que esteja imóvel, é uma doença e não Dyhana. Constranger o corpo, ficando sentado durante muito tempo - em que isso pode ajudar a alcançar o Dharma? Hui-Neng. In: Allan Watts, O Budismo Zen.

- Jung também é cético quanto a eficácia dessas técnicas: Nosso caminho começa em nossa realidade e não nos exercícios de Yoga, que nos desviam dela. C. G. Jung e R. Wilhelm. In: Carl Gustav Jung e Richard Wilhelm, O segredo da flor de ouro.

- (...) Quanto a ficar sentado como uma árvore morta e deixar a mente inerte como cinza fria - essas são apenas técnicas secundárias de focalização do espírito. Eva Wong. In: As artes taoístas da saúde, da longevidade e da imortalidade.

- Parar o curso da vida e contemplá-la não é o objetivo do zen. (...) Podemos agora ver quanto se diferencia o zen da meditação, do modo por que esta é geralmente compreendida e praticada. In: Daisetz Teitaro Suzuki, Introdução ao Zen-Budismo.

- Se queres alcançar o budato permanecendo sentado de pernas cruzadas, matá-lo-ás. Enquanto não te libertares deste modo de sentar, não chegarás à verdade. D. T. Suzuki. In: Carl Gustav Jung, Psicologia e religião oriental.

- Acho que não haverá duvidas de que esses primeiros mestres Ch’an, tais como Seng-Ts’an, Hui-neng, Shen-hui, Ma-tsu e até mesmo Lin-chi, não apenas deixavam de enfatizar a importância dos exercícios de meditação, mas com freqüência descartavam-nos como irrelevantes (...) Todas as evidências corroboram a visão de que os mestres do Ch’an deploravam o uso de exercícios de meditação como forma de obter o verdadeiro insight. Obtive confirmação posterior desta visão em discussões particulares com D.T. Suzuki e R.H. Blyth, os quais consideravam o zazen compulsivo das ‘pernas doloridas’ um fetiche supersticioso da moderna prática Zen. In: Allan Watts, Tao, o curso do rio.
De fato, essa desconfiança em relação a posturas fixas, rígidas e devocionais remontam as próprias origens do Taoísmo.

SOBRE BORGES.

Mas um espírito religioso pode não acreditar em um deus pessoal. (...) A idéia de acreditar em um deus pessoal não é uma parte necessária do espírito religioso. In: Borges/Osvaldo Ferrari. Sobre os sonhos e outros diálogos.

Sobre a relação privilegiada do Budismo com a intuição: Sim, e o senhor deve lembrar que no Oriente, por exemplo, no budismo zen, a intuição é considerada como a mais alta expressão da inteligência. Claro [responde Borges], porque é um ato direto, porque é um único ato; por outro lado, o outro é uma operação, e as operações são sempre falíveis. In: Borges/Osvaldo Ferrari, Sobre a amizade e outros diálogos.

SOBRE EPICURO.

- Segundo Epicuro, os prazeres da inteligência eram, sem dúvida, preferíveis s aos prazeres proporcionados pelos sentidos, justamente porque proporcionavam aborrecimentos menores. In: Leandro Konder, O marxismo na batalha as idéias.

SOBRE CHUANG-TZU.

- (...) Quem poderá livrar-se do sucesso e da fama/E descer e perder-se entre a massa humana?/Esse fluirá como o Tao/Invisível, caminhará como a própria vida/Sem nome, sem lar/É simples e sem exigências/Aparentemente um tolo/Seus passos não deixam marcas/(...)Esse é o homem perfeito/Seu barco está vazio”. In: Thomas Merton, A via de Chuang-Tzu.

SOBRE O ÓCIO.

- Nada fazer é a mais forte das paixões. Rousseau.

- A gente não tem fazer tudo que a gente tem que fazer. Rubem Braga.

E viva Rimbaud que, aos dezessete anos, já havia percebido as armadilhas do trabalho:
- Pedi-lhe que me indicasse ocupações pouco absorventes porque o pensamento reclama grandes períodos de tempo.
- O trabalho está mais longe de mim, do que minha unha está de meu olho.
A. Rimbaud, “Carta a Paul Demeny”, e “Carta ‘martírica’ a Verlaine”. In. Ivo Barroso, Arthur Rimbaud, Correspondência.

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