domingo, 7 de novembro de 2010

O MESTRE E O DISCÍPULO

I
Para o mestre, ensinar é duvidar de suas certezas.
Para o discípulo, aprender é duvidar das certezas do mestre.
II
O verdadeiro mestre sabe que não é um verdadeiro mestre.
Só assim, torna-se um verdadeiro mestre.
III
É melhor tornar-se logo um mestre
- nem que seja para si próprio -
do que permanecer preso a um.
IV
O que o mestre tem a dizer, pertence a ele como soma de suas circunstâncias.
Não “serve” para coisa alguma além dele.
Produto de experiências pessoais e intransferíveis,
o mestre não detém verdade alguma exterior a si próprio.
Não há critério algum de verdade a partir do qual o mestre possa verificar se o que diz é verdadeiro.
V
Ouvir um mestre só tem sentido se, ao ouvi-lo, o discípulo ouça-si.
O verdadeiro discípulo deve entender que o mestre é como o espelho:
Ao olhar para um,
Vê a si,
não o espelho.

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