segunda-feira, 30 de agosto de 2010

POESIAS DIVERSAS

A POESIA

Numa ponta, solidão

- Travessia -

Na outra, comunhão.

O BICO DO TUCANO

Sempre fui meio improvável,

como o bico do tucano.

Inadequado, nunca tive um lugar

que me coubesse com conforto.

(Um “gauche” na vida, como disse o poeta).

Nunca quis ser nada.

Sósoubeser.

(Nisso - modéstia à parte - sempre fui bom).

Quanto ao parafuso a menos,

bem,

“With a little help from my friends”,

Ele nunca me fez falta.

SEXUALIDADE E MORTE DE DEUS

O que o misticismo não imagina,

o erotismo sabe:

é preciso que Deus morra

para que a sexualidade humana

- apaziguada -

repouse entre os seres

que se tocam.

A SEXUALIDADE

O exercício da sexualidade é

o exercício do limite:

quem sou?

QUEM SOU?

O problema de Deus

Não diz respeito exclusivamente as religiões.

É preciso que Deus morra

para que, entre os demais,

saibamos quem somos.

A TRANSGRESSÃO I

É preciso retirar a transgressão da camisa-de-força da linguagem usual.

Ela não é o que o senso-comum designa como tal

(Não é delito).

A transgressão é da ordem da consciência.

Tem a ver com o sagrado e o profano:

uma prerrogativa da relação do ser com si mesmo,

... e suas circunstâncias.

A TRANSGRESSÃO II

A transgressão tem a ver com contornos e limites:

quem transgride pisa mais fundo,

vai mais longe, vê melhor.

Quem transgride sabe mais.

A TRANSGRESSÃO III

A transgressão é sempre uma pergunta.

A questão do limite é sempre a resposta.

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