Pão-durismo com pragmatismo; é que sempre fui um bibliófico meio “duro”, de modo que comprava livros em troca de “PFs”. Mas, também é verdade, foi neles que comi definitivas “Rabada com Agrião”, “Língua Ensopada com Pirê de Batatas”, ‘Lombinho à Mineira”, “Costeletas com Coradas”. Foi neles, sim, que tomei incontáveis cafezinhos em xicrinhas pescadas num caldo pseudamente fervente, e inúmeras cervejas, observando ônibus amassarem suas chapinhas, jogadas rente a calçada; sempre prestigiava os que exibiam calçadas mais “chapadas”, como prova insofismável da excelência de seus comes, e da rotatividade de seus bebes.
Hoje, “Pés-sujos” – esse patrimônio carioca – cedem lugar à “botecos” estereotipados, insípidos e ascépticos, como aqueles que os paulistas fazem, achando que recriam o “clima” do Rio de Janeiro.
Tudo bem! Há muito já não como “PFs”:
Adeus bactérias, fungos, parasitas e protozoários.
Adeus amebas e giárdias.
Adeus salmonelas, coliformes e stafilococos.
Adeus cervejas em copos de requeijão!
(E nunca mais um “Bife acebolado à cavalo”).
Ah, os costumes mudam, o tempo varre, mas as lembranças...
Ah! As lembranças são o ontem do tempo,
no seu hoje.
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